Cada estado e residência possui características específicas que devem ser levadas em consideração. Confira mais detalhes sobre o assunto
Com um dia a dia cada vez mais eletrônico, estamos constantemente cercados por aparelhos com especificações técnicas e indicações específicas de tensão e corrente. Levando em consideração que o Brasil abriga uma variedade considerável de “voltagens” – 110V, 127V e 220V – é comum que dúvidas a respeito do assunto acabem surgindo. Além disso, as diferenças de “amperagem” dos plugues e tomadas podem causar problemas na hora de conectar dispositivos à eletricidade.
Os termos “amperagem” e “voltagem”, em uma linguagem mais técnica, não estão corretos. Na verdade, eles são uma forma leiga para se referir a corrente e tensão. A confusão acontece devido às unidades de medida de tensão e corrente serem, respectivamente, volts e ampères.
Tensão e corrente são dados que podem ser usados para calcular o consumo de energia de diversos equipamentos, caso você não tenha acesso a tal informação. Para isso, basta multiplicar o número de volts por ampères. A resposta obtida tem como unidade de medida o watts, que é a unidade de medida do uso de energia elétrica.
No entanto, para ter certeza dos seus cálculos e não se submeter a riscos como queima de aparelhos eletrônicos e curto circuitos, é de extrema importância entender quais as variações de corrente e tensão no Brasil antes mesmo de plugar um dispositivo na tomada. Cada estado e residência possui características específicas que devem ser levadas em consideração. Confira a seguir mais detalhes sobre o assunto.
Corrente ou “amperagem” no Brasil
Quando um fio elétrico está conduzindo eletricidade, existe nele o movimento ordenado de minúsculas partículas de eletricidade, chamadas elétrons. O movimento ordenado destas cargas é chamado de corrente elétrica. Esse fluxo é medido por uma unidade denominada ampère, abreviada pela letra “A”.
Em julho de 2011, todos os equipamentos comercializados em território nacional passaram a sair das fábricas de acordo com um novo padrão brasileiro de plugues e tomadas. Antigamente, havia 12 tipos de plugues e oito tomadas diferentes, fora a imensa quantidade de adaptadores. Faltava praticidade e mais segurança, visto que os consumidores precisavam combinar equipamentos e correr riscos acerca do funcionamento.
A atual padronização traz apenas duas configurações baseadas na intensidade da corrente elétrica necessária para o aparelho funcionar e na capacidade que a tomada correspondente é capaz de suportar:
4 mm de diâmetro: para plugues e tomadas com corrente de 10 ampères (A)
4,8 mm de diâmetro: para plugues e tomadas com corrente de 10 até 20 ampères (A)
Diferenças entre 10A e 20A
A principal diferença entre essas duas correntes está na utilização de diversos aparelhos e equipamentos que funcionam com diferentes amperagens. Aqui é onde se faz necessária mais atenção.
Com 10A é possível utilizar equipamentos como TVs, computadores, aparelhos de som, liquidificadores e impressoras. Já nas tomadas de 20A são conectados aparelhos que consomem mais energia, como microondas, ar-condicionado, máquina de lavar, secadora, forno elétrico, geladeira, fogão, secador de cabelos, cafeteiras, ferro de passar roupas, etc.
Questão de segurança
A nova classificação por corrente elétrica funciona principalmente como medida de segurança para as pessoas e para o funcionamento correto do equipamento plugado na tomada. Os padrões estabelecidos visam evitar situações nas quais um equipamento com potência mais alta do que a fiação é capaz de aguentar possa causar superaquecimento de fios e tomadas, diminuindo, assim, o risco de incêndio e choques elétricos.
Por isso, aparelhos que necessitam da corrente elétrica de 20A não podem ser encaixados em uma tomada de 10A, visto que, para funcionar, ele exigiria mais potência do que o ponto da tomada pode fornecer. Já o caminho oposto pode acontecer – um plugue de 10A encaixa em uma tomada de 20A sem ficar com folga.
A informação da amperagem (10A ou 20A) está disponível nas embalagens dos produtos para que o consumidor saiba a adequação que deverá ser feita na residência. Vale conferir as condições das instalações elétricas, bem como as adaptações para o novo padrão para evitar riscos à segurança e ao bom funcionamento dos equipamentos.
Em alguns casos, será necessário o uso de adaptadores certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para realizar a conexão de aparelhos com plugues fora do padrão ou para tomadas não padronizadas. Atualmente, o tipo de tomada padrão no Brasil é a de três pinos.
Tomada de três pinos: é necessária?
Depois de várias discussões e estudos, o Brasil decidiu usar o modelo de três pinos nas tomadas. A decisão foi tomada há anos, mas até hoje causa indignação em muita gente. Há, inclusive, quem acredite que a mudança foi feita para seguir interesses políticos e econômicos. O fato é que, sem dúvidas, o terceiro pino das tomadas foi criado para dar mais segurança aos usuários e equipamentos.
Os dois pinos das extremidades funcionam para a condução normal da corrente de energia, enquanto o pino do meio, um pouco maior, é o que torna tudo mais seguro. Ele leva direto para a terra qualquer descarga elétrica fora do normal, desmagnetizando o aparelho conectado na tomada e evitando acidentes, como choques elétricos.
A questão é que o terceiro pino só protege corretamente se houver o aterramento – que nada mais é do que o caminho até o solo da casa ou de um prédio pelo qual a eletricidade vai percorrer.
O aterramento é feito com barras de cobre enfiadas na terra, que canalizam de forma correta a energia excedente. Quando não há esse aterramento, os aparelhos conectados até funcionam, mas não existe essa camada de segurança. Por isso a necessidade de instalações de qualidade e adaptadas às regras atuais.
E a tensão – ou “voltagem”?
Uma corrente, para se estabelecer por um fio, precisa de uma ação externa que “empurre” as cargas. Essa força externa necessária é chamada de tensão elétrica. Quanto mais volts estiverem em ação, mais energia pode fluir, mesmo que a intensidade da corrente seja a mesma.
Geralmente, os padrões de tensão de praticamente todos os lugares do mundo dividem-se em 110V e 220V, falando mais grosseiramente. De maneira bem generalizada, o continente americano inteiro usa mais 110V, enquanto que Europa, África e Ásia optam em sua maioria por 220V. No Brasil, porém, ambos os tipos se espalham pelo território.
Esta “salada de frutas” no padrão de tensão elétrica em território brasileiro começou porque, quando as redes de energia de outros países começaram a chegar aqui, cada empresa usava uma diferente. Assim, uma parte das cidades ficou com a 220V e outra com a de 110V — que foi gradualmente substituída pela de 127V.
Mas qual é a diferença entre os dois tipos na prática?
A principal diferença é o tamanho do fluxo de eletricidade que passa pelos fios. A voltagem 127V precisa de fios de condução elétrica mais grossos para acionar lâmpadas ou eletrodomésticos, afinal, o fluxo é superior aos utilizados em tensões 220V, o que ocasiona o aquecimento de fios.
Por sua vez, as tensões 220V apresentam fios em padrões mais finos, pois o fluxo de energia é mais baixo, com menores riscos de incêndio nos cabos ou projeto elétrico como um todo.
Como é de se esperar, a conexão de um aparelho 220V em uma tomada com tensão de 127V fará com que o dispositivo não funcione. Se o contrário acontecer, há risco de queima do produto ou até mesmo curto circuitos. Saiba mais sobre tensões elétricas clicando aqui.