Indo muito além dos problemas sanitários ao redor do mundo, a pandemia de coronavírus teve impactos profundos na indústria de tecnologia
Indo muito além dos problemas sanitários ao redor do mundo, a pandemia de coronavírus teve impactos profundos na economia. A indústria de eletrônicos, em especial, passou por uma explosão de popularidade quando os estudos, trabalho, entretenimento e tudo mais que faz parte do dia a dia urbano foram restringidos ao ambiente de casa.
Muita gente adquiriu smartphone, tablet, notebook, console de videogame, entre outros aparelhos voltados para tornar a vida caseira mais simples e tecnológica. Esse aumento intenso na busca por produtos do segmento, somado à crise de saúde ao redor do mundo e questões geopolíticas, acarretou na falta de componentes eletrônicos para a produção de gadgets a nível mundial.
Sem dúvidas você já reparou que o preço dos produtos tecnológicos aumentou consideravelmente. Itens lançados em 2020 que ainda estão na linha de produção das marcas ficaram mais caros nos dois últimos anos, indo contra o padrão de perda de valor ao longo do tempo, a exemplo do Samsung Galaxy S10 Lite.
Ainda assim, a busca por dispositivos eletrônicos não parou; muito pelo contrário, o setor viu um crescimento expressivo. Os fabricantes da indústria de tecnologia se viram de mãos atadas e, mesmo procurando por alternativas e mirando em aparelhos de alto valor agregado ou populares com bom custo-benefício, muitos produtos começaram a faltar nas lojas.
As grandes empresas, principalmente as marcas de celulares, como Samsung e Apple, tiveram problemas menos aparentes em suas linhas de lançamento e vendas. Afinal de contas, o setor depende de hardware com produção mais ampla. Somente na fabricação de processadores para smartphones, há fabricantes gigantes como TSMC, Qualcomm e MediaTek.
Em compensação, as empresas do segmento de jogos foram afetadas severamente, até porque os componentes utilizados nos consoles são em boa parte uma exclusividade da área.
A Sony e seu PlayStation 5, a Microsoft e seus Xbox Series X|S, e principalmente a Nintendo com o portátil Switch, enfrentaram atrasos e redução na capacidade de fabricação. O anúncio de falta de unidades dos consoles de videogame se tornou comum, e ainda não há previsão de fim da crise de hardware.
A falta de consoles à venda, por sua vez, além de atrapalhar o retorno do investimento das marcas e fazer com que os preços subam ainda mais, diminui a quantidade de jogadores e impacta negativamente a distribuição de jogos. Os consoles de última geração, como de praxe, chegaram com títulos exclusivamente desenvolvidos para um hardware de alto desempenho.
Embora alguns jogos sejam lançados em versões retroativas, com gráficos e desempenho ajustados para aparelhos como PlayStation 4 e Xbox One, a comunidade de players demora a crescer e os estúdios de desenvolvimento veem seus produtos com fluxo de vendas e popularidade prejudicada. Nesse sentido, também podemos perceber custos mais altos e lançamentos adiados.
O PC gamer parece ter chegado para ficar, sendo um grande aliado e mais uma opção de plataforma para os jogadores aficionados que não gostam de utilizar a tela de um smartphone ou tablet.
É claro que a produção de semicondutores para desktops e notebooks também foi afetada, mas as grandes Intel e AMD estão dividindo o “sufoco” na fabricação de seus chips. Com a enorme quantidade de jogos disponíveis na Steam, Epic Games e demais desenvolvedoras, muitos gamers estão migrando para o PC ou esperando a poeira da crise baixar.