Muito se fala sobre o desempenho do armazenamento SSD, mas será que os consoles e PCs realmente melhoram com ele?
Decidir entre comprar um eletrônico com SSD ou HD, ou mesmo decidir sobre fazer a mudança de memória, nem sempre é uma tarefa fácil. Marcas como Dell, Kingston e Corsair oferecem produtos do tipo voltados para diferentes tipos de uso, incluindo como componentes para PCs. A variedade é encontrada também entre os consoles de videogame, como é o caso do Sony PlayStation 4 e PlayStation 5.
É importante saber o que buscar em um novo armazenamento, considerando seus pontos positivos e negativos. Enquanto os SSDs são mais rápidos para executar programas e iniciar o sistema, por exemplo, os HDs tradicionais chamam atenção pela capacidade. A tecnologia mais recente ainda tem uma oferta menor no Brasil, mas os discos rígidos podem ter maior queda de desempenho a longo prazo.
Mas afinal de contas, qual é o verdadeiro impacto de um SSD interno ou externo em um PC ou console? O PS5 realmente ficou melhor por conta da presença do SSD? Quais as vantagens de permanecer com um HD?
Confira a seguir os prós e contras dos diferentes tipos de armazenamento e saiba qual deles é mais vantajoso para seu PC ou console.
SSDs
Pontos favoráveis
Os SSDs podem ser uma opção interessante para usuários que precisam de maior agilidade e desempenho em multitarefas. Esse tipo de armazenamento guarda arquivos em chips de memória Flash, o que acelera o acesso aos dados ali salvos.
Dependendo do modelo escolhido, as taxas de transferências podem chegar até 500 MB/s, podendo ser até 10 vezes mais rápido que um HD de alta performance. A velocidade de carregamento dos jogos melhora bastante, sendo que um SSD interno se mostra ainda mais rápido.
Um SSD externo consegue resultados quase idênticos e tende a custar menos, além de serem mais fáceis de usar. No entanto, eles costumam ter menor durabilidade.
Um comparativo do canal Real Neat Games no YouTube mostrou que a troca do HD pelo SSD ou simplesmente a adição de um SSD externo no Xbox One X já economiza em mais de 40 segundos a abertura do jogo Grand Theft Auto V, que levaria cerca de 100 segundos para ser realizada com um HD.
Além disso, também conhecidos como unidades de estado sólido, os SSDs não possuem discos físicos. O funcionamento se dá por meio de componentes eletrônicos, o que leva a um produto mais resistente a danos e falhas a longo prazo. A falta de partes móveis exige menos do hardware, que gasta ainda menos energia para funcionar e fica mais silencioso.
Outra vantagem é o tamanho, já que a ausência de partes mecânicas deixa os SSDs mais compactos, sendo interessantes sobretudo para notebooks e ultrafinos. Além disso, esse tipo de armazenamento deve esquentar menos, também pelo menor desgaste físico ao funcionar.
Contras
Em contrapartida, os SSDs ainda são opções bastante caras no mercado tecnológico. Um SSD SATA convencional de 1 TB, por exemplo, pode ser encontrado por a partir de R$ 754. Já um HD SATA da Western Digital com o mesmo espaço de armazenamento, por exemplo, sai por aproximadamente R$ 289.
Os preços de um SSD variam muito de acordo com a quantidade de espaço interno, mas é necessário ficar atento para que o armazenamento atenda às necessidades. É bastante comum encontrar versões de 128 ou 256 GB, que basicamente só é suficiente para instalação do sistema operacional do computador e mais alguns arquivos.
Portanto, se a ideia é aumentar o número de GB disponíveis para guardar arquivos, pode ser mais interessante buscar um HD tradicional ou até mesmo SSDs externos.
HDs
Pontos favoráveis
Sem dúvidas, o HD é mais acessível: é possível encontrar modelos com grande capacidade de armazenamento por preços em conta. Um HD de 10 TB da Seagate, por exemplo, é vendido no varejo online por pelo menos R$ 1.969,90.
Versões com 2 TB, suficiente para uso doméstico por um bom tempo, aparecem a cerca de R$ 525. Essa é uma grande vantagem para quem precisa de boa capacidade de armazenamento para salvar arquivos pesados, como fotografias, filmes e vídeos.
Além disso, os HDs se desgastam menos que os SSDs, que embora sejam mais resistentes, têm vida útil medida em volume total de dados salvos ao longo do tempo. Ou seja, quanto maior a movimentação de arquivos em um SSD, maior o desgaste, enquanto para HDs esse prazo é corrido.
Contras
Em compensação, a tecnologia do HD é definitivamente mais antiquada, mesmo com mudanças nas interfaces de transferências SATA, SATA II e SATA III. Um disco rígido pode apresentar velocidades de leitura e gravação em torno de 150 MB/s a 200 MB/s, enquanto um SSD pode operar em torno de 500 MB/s.
Os HDs também são maiores e mais pesados, sendo encontrados em dois formatos: 2,5 polegadas, interessantes para notebooks, e 3,5 polegadas, ideais para desktops. Além disso, são mais barulhentos e consomem mais energia em relação aos SSDs.
Tanto HDs internos quanto externos apresentam uma estrutura frágil. Por se tratar de um componente com peças mecânicas, quando submetido a impactos ou quedas é possível que ele sofra danos ou apresente falhas.
No caso de notebooks isso pode ser ainda pior, já que os usuários costumam transportar o computador com frequência. Em alguns casos até movimentar o laptop de maneira brusca pode levar a problemas no HD. Interferências magnéticas também podem resultar em problemas internos e perda de dados.
Vale a pena um SSD no PC ou console?
No caso do PC, a possibilidade de troca do HD para um SSD depende muito do quanto você exige do hardware. Se você utiliza o notebook ou computador desktop para jogar ou editar vídeos, por exemplo, certamente fará bom uso de uma tecnologia de transferência mais rápida.
Em contrapartida, é interessante que você tenha bom espaço de armazenamento para arquivos e jogos. Dessa forma, a alternativa mais interessante em termos de custo-benefício é o SSD externo, embora ele apresente menor durabilidade.
A menos, é claro, que você consiga aproveitar uma promoção interessante para um SSD interno com ampla capacidade – assim você até se livrará do barulho do HD girando a cada acesso.
No caso do console, porém, mesmo que o dispositivo inicie mais rápido, tenha taxas de transmissão mais rápidas e desempenho geral teoricamente melhor, nada garante que você realmente tirará proveito dessas características. Isso porque os consoles de gerações anteriores, como o PlayStation 4 e o Xbox One, apresentam comprometimento na CPU em relação aos dados do HD.
O principal gargalo vem do processador. Tanto o PS4 quanto o Xbox One usam CPUs customizadas da AMD, porém baseadas na arquitetura Jaguar, conhecida pela má fama de oferecer baixo desempenho, principalmente quando comparado aos modelos concorrentes equivalentes. Ela antecede a arquitetura Zen, que foi quando a AMD finalmente deu a volta por cima, e isso reflete no desempenho dos consoles atuais.
Os consoles de última geração como o PlayStation 5 e o Xbox Series X apresentam melhorias em termos de processamento, além de SSDs. Por conta disso o desempenho é muito melhor em comparação com os modelos anteriores. A presença de um SSD no seu console mais antigo, portanto, provavelmente não valeria a pena. A longo prazo, talvez seja mais vantajoso adquirir um novo console.