Criado na década de 90, o PS já está na quinta geração e continua em alta na comunidade gamer
A marca PlayStation revolucionou a indústria dos videogames. Desde a década de 90, o console da Sony conquistou muitos jogadores ao redor do mundo e ficou acima de concorrentes, mesmo quando adversários de peso — como o rival Xbox, da Microsoft — surgiram.
Atualmente, o dispositivo já está na quinta geração e continua em alta na comunidade gamer, pois cada versão do console da Sony se provou um campeão de vendas. Mas você conhece a trajetória do PlayStation desde os primeiros planos até a concretização de popularidade da marca? Conheça um pouco dessa longa história de sucesso — que também envolveu alguns fracassos.
O inicio de tudo
No início da década de 90, a indústria de games crescia exponencialmente. A geração de 16 bits foi lançada no biênio por volta de 1991, e no fim de 1993 as grandes potências do mercado já discutiam os próximos passos.
Os jogos com gráficos 3D se mostravam como uma tendência natural. Foi neste momento que a dona do Switch, Nintendo, procurou a Sony para iniciar o desenvolvimento de um novo console — vale lembrar que ambas são empresas japonesas vinculadas ao setor de jogos eletrônicos. Porém, não demorou muito para que os conflitos aparecessem.
A Sony apostava que o futuro da mídia física nos games seriam CDs com uma maior capacidade de armazenamento, além de serem mais fáceis de trabalhar. Já a Nintendo acreditava que ainda era muito cedo para abandonar os cartuchos. Assim, a parceria das empresas foi desfeita e a Nintendo iniciou a produção do sucessor do SNES, o Nintendo 64.
Após o fim da parceria com a Nintendo, a Sony ainda chegou a ensaiar uma parceria com outra grande empresa do setor de jogos eletrônicos: a Sega. As marcas visavam criar um novo console juntas e iriam dividir possíveis prejuízos, mas Hayao Nakayama, presidente da Sega, não permitiu que o projeto fosse realmente realizado.
Na época, Nakayama afirmou que a ideia era estúpida, além de garantir que a Sony não sabia desenvolver software nem hardware. Mal sabia ele que pouco tempo depois um console da Sony iria acabar se tornando bem mais popular que o Saturn, console que veio a ser lançado depois pela Sega, poucos dias antes do primeiro PS.
Como a Sony ainda tinha a intenção de tornar-se um nome forte na indústria dos videogames, tomou a arriscada decisão de entrar na guerra dos consoles. Com isso, chegamos ao PlayStation1.
PlayStation 1 (PSone ou PSX)
O PlayStation, conhecido como PSX ou PSOne, chegou às lojas japonesas em dezembro de 1994, ainda concorrendo com os consoles da geração anterior. Foi apenas um ano depois, em setembro de 1995, que o produto finalmente chegou ao Ocidente.
Os primeiros jogos não empolgaram muito e tinham grandes dificuldades em adaptar todo o potencial do aparelho, mas isso não afetou suas vendas, que foram acima das expectativas da Sony.
O primeiro PlayStation chegou ao mercado japonês com um preço um pouco menor em comparação com o Sega Saturn — e ainda sustentado pelo grande nome da Sony. O console também exibia um design considerado elegante, além de utilizar melhor as possibilidades do CD, que na época era considerado uma grande inovação, pois permitia o acesso a incríveis animações e ótimos sons.
A Sega percebeu que seu console seria batido pela Sony e adiantou o lançamento do Saturn nos Estados Unidos, mas a estratégia não funcionou. O PlayStation chegou ao país com um preço mais acessível e um bom catálogo de jogos, vendendo em poucos dias mais do que o Saturn havia conseguido em 5 meses.
O PSOne contou com diversos títulos de peso, incluindo o começo de inúmeras franquias que se estabeleceram na indústria. Diferente da Nintendo, a Sony permitia que jogos mais violentos com a exibição de sangue fossem lançados em seu console, então assim surgiram franquias como Dino Crisis e Resident Evil. Havia ainda uma porção de exclusivos, como Crash Bandicoot, Spyro The Dragon e Gran Turismo.
PlayStation 2
No final de 2000 o PlayStation 2 chegou às lojas com a promessa de um grande avanço e revolução na forma como os jogadores se relacionavam com seus consoles. Além de rodar filmes em DVDs, se tornando o “centro” da sala, o console iria inaugurar a era online. O console, porém, acabou se destacando pela sua finalidade principal: rodar jogos.
Se o PlayStation 1 já havia derrotado a concorrência sem piedade, o PS2 não teve muita dificuldade em repetir este feito. Com o 3D popularizado, o console chamou a atenção com jogos repletos de realismo, detalhes impressionantes e mecânicas inovadoras.
Com a chamada “geração 128 bits”, a Sony investiu em uma série de jogos exclusivos, como as séries Final Fantasy, Tomb Raider e Gran Turismo, além de nomes fortes como GTA, Winning Eleven (atual Pro Evolution Soccer) e a série esportiva da EA.
A verdade é que logo nos primeiros anos, a liderança da Sony no mercado de jogos eletrônicos já estava consolidada. Com o Xbox da Microsoft tendo dificuldade em atrair jogos exclusivos e o Gamecube se apresentando como um erro de cálculo da Nintendo, a principal concorrência do PS2 eram os próprios PCs.
No Brasil, o console também foi de longe o mais popular e, para isso, contou uma ajuda inesperada: a pirataria. O PlayStation 2 foi a era de ouro para o comércio de jogos piratas no país. Em cidades como São Paulo, era possível encontrar bancas vendendo jogos por R$ 5 ou R$ 10 em cada esquina.
Considerado pelas produtoras como extremamente fácil para se trabalhar, a biblioteca de jogos do PS2 é até hoje a maior que um console já teve na história dos games. O anúncio de cancelamento de sua produção mundial só ocorreu quase 13 anos após seu lançamento.
PlayStation 3
Após mais uma geração vitoriosa, a Sony ainda tinha fome de sucesso. Com o PS2 ainda em alta no Brasil, o PlayStation 3 foi anunciado na E3 de 2005. Esse terceiro console da Sony marcou a sétima geração dos jogos eletrônicos e continuou a soberania estabelecida por seus antecessores, mas enfrentou problemas no caminho.
O PlayStation 3 encarou dificuldades já em seu anúncio; a apresentação na E3 2005 ficou marcada de uma maneira negativa para o console. Quando revelado, o console trazia consigo um controle com design completamente diferente dos anteriores, semelhante a um bumerangue. Além de ser visualmente estranho, o controle não parecia nem um pouco confortável, o que fez com que os fãs não aprovassem a ideia.
Para piorar, o preço inicialmente salgado e a demora em seu lançamento fizeram com que o novo sistema da Sony tivesse um início de vida difícil nos Estados Undios, ficando atrás do Wii — que inovava com controles por movimento — e do Xbox 360.
No Japão, o aparelho era o segundo em vendas e perdia para a Nintendo. Os jogadores ainda precisaram conviver com diversos atrasos de jogos, como foi o caso de Gran Turismo 5 e do já lendário The Last Guardian.
O cenário começou a mudar a partir de 2007, com o lançamento de jogos como Killzone 2, Uncharted e Metal Gear Solid 4. Além da rede online, a principal aposta da Sony para o PS3 foram os jogos exclusivos, que fariam a grande diferença na guerra contra o Xbox 360.
Foi neste cenário que surgiram God of War 3, as sequências das séries Killzone e Uncharted, jogos da franquia Final Fantasy e surpresas como Heavy Rain e a série Infamous. No fim de 2012, o PS3 era a liderança mundial em unidades vendidas.
PlayStation 4
Depois que o terceiro PlayStation superou seus problemas e conquistou um grande sucesso, o PS4 o sucedeu na oitava geração de consoles. Anunciado em fevereiro de 2013, o PlayStation 4 tinha a missão de recuperar a liderança absoluta da Sony, que havia sido um pouco abalada durante a geração anterior.
Apontado por muitos como o console mais refinado da Sony, o PlayStation 4 surgiu poderoso e empolgou os jogadores, porém também enfrentou algumas dificuldades no começo de sua jornada, inclusive no Brasil.
Quando o preço do PlayStation 4 no mercado brasileiro foi anunciado, os jogadores não demoraram para mostrar todo o seu descontentamento. O console chegou ao Brasil no dia 29 de novembro pelo preço de R$ 4 mil. Era um custo muito maior que o cobrado pelo seu principal rival, o Xbox One.
Além disso, a largada do PS4 foi um tanto “parada”: eram poucos os títulos de peso sendo oferecidos nos primeiros meses. Para muitos, o investimento na nova geração não parecia muito interessante, já que a biblioteca de jogos não era chamativa.
Com o passar do tempo, porém, assim como seu antecessor, o PlayStation 4 se tornou a casa de muitos jogos exclusivos de peso — tais como The Last of Us Part II, Uncharted 4: A Thief’s End, Marvel’s Spider-Man e Ghost of Tsushima. Até hoje o modelo é considerado por quem quer adquirir um novo console, muito embora a Sony já tenha lançado uma nova geração.
PlayStation 5
Enfim, chegamos ao PlayStation 5, o console que está no começo de sua jornada. O PS5 foi oficialmente revelado para o público em um evento que ocorreu no dia 11 de junho de 2020. Com um design diferente e sofisticado, a nova geração é considerada por muitos como a mais bonita da história.
O PlayStation 5 chega em duas versões, sendo uma delas padrão e outra digital, que não conta com leitor Blu-Ray — tendo suporte apenas para jogos digitais, mas apresentando um custo menor. Além de ser um console mais potente, algo que agradou aos fãs é o fato do PS5 contar com a retrocompatibilidade, com títulos do PS4 podendo ser conferidos no novo console da Sony.
Já o controle do PlayStation 5 foi considerado uma das maiores inovações da nova geração de consoles. Chamado de DualSense, o dispositivo tem um visual diferente dos Dualshock das outras gerações e apresenta diversos novos recursos interessantes, como feedback háptico e gatilhos adaptáveis dos botões R2 e L2.
O PlayStation 5 está há pouco tempo no mercado, mas foi capaz de quebrar recordes em suas primeiras semanas: ultrapassou as 2,1 milhões de unidades vendidas pelo PS4 em sua época de lançamento. Mostrando que tem tudo para seguir o caminho de seus antecessores, o PS5 se solidificou como o console com maior lançamento na história da indústria.
E você, qual console você utiliza para jogar? Gostou de descobrir mais sobre a história do PlayStation?